Introdução
Convento = Edifício construído dentro da malha urbana.
Mosteiro moradia de comunidade religiosa construído fora da malha urbana
Mosteiro moradia de comunidade religiosa construído fora da malha urbana
(Actualmente e fruto da expansão urbana das povoações muitos mosteiro já estão dentro da malha urbana. Em ambos os casos estes religiosos são denominados monges ou frades.
Com a extinção das Ordens Religiosas em 1834 (Joaquim António de Aguiar, o mata frades) todos os conventos foram abolidos
Igreja = Templo cristão dedicado ao culto religioso principais Local sagrado dedicado ao culto cristão
Capela = Templo religioso secundário; local de culto; pequena igreja
Ermida = O mesmo que capela mas normalmente construído fora das povoações em locais ermos, isolados. Pequeno templo ou capela construído em local ermo.
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Para melhor clarificar
'Mosteiro, do grego monastérion, de monázo, viver só, é aquele edifício religioso onde vivem os monges ou as monjas, governados por um abade ou uma abadessa. O mosteiro dá-nos a ideia de solidão. Sabemos até que havia mosteiros em que os monges levavam vida contemplativa, e eram construídos fora dos povoados.
Convento, do latim conventu(m), ajuntamento, é o edifício habitado por pessoas religiosas que vivem em comum e como irmãos. Chamam-se frades (irmãos) e freiras (irmãs).
No mosteiro vive-se a vida em solidão (geralmente);
No convento, vive-se a vida em comunidade.'
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa,
Templos cristãos do Concelho de Tavira
Tavira Cidade
Igreja de Santa Maria do Castelo
Igreja de Santiago
Igreja da Misericórdia
Igreja de São Paulo ou de Nossa Senhor da Ajuda
Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo
Igreja de Santo António dos Capuchos
Igreja de São Pedro Gonçalves Telmo ou Igreja das Ondas ou Compromisso Marítimo
Igreja do Espírito Santo do Hospital ou de São José
Igreja do antigo convento de Nossa Senhora do Hospital
Igreja do antigo convento de Nossa Senhora da Graça
Igreja do antigo Convento de Nossa Senhora do Carmo
Tavira Concelho
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
Igreja Matriz de Santo Estêvão Cachopo
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Luz
Igreja Matriz de Santa Catarina da Fonte do Bispo
Igreja Matriz de Santa Luzia
Igreja Matriz de Santo Estêvão
Conventos -
Convento de Santo António dos Capuchos com igreja própria
Convento de Nossa Senhora da Graça - com igreja própria
Convento - Ordem Terceira de São Francisco - com igreja própria
Convento - Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo - com igreja própria
Confraria de Nossa Senhora da Ajuda - com igreja própria - de São Paulo
Mosteiro
Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade ou das Bernardas Cisterciense
Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade ou das Bernardas Cisterciense
Capelas e Ermidas
Capela de São Sebastião
Capela de Nossa Senhora do Livramento ou de São Lázaro
Capela de São Brás
Capela de Nossa Senhora da Piedade
Capela de Nossa Senhora da Consolação
Capela de Santa Ana
Capela de São Roque
Capela de São João Baptista - Corredoura - Bombeiros Voluntários (demolida no séc XX)
Capela dentro do Hospital Velho - Hospital do Espírito Santo
Igreja da Capelinha Mato do Santo Espírito
Ermidas
Ermida de São Pedro
Ermida Senhor do Calvário ou de Nossa Senhora das Angústias
Ermida Nossa Senhora do Carmo - Arraial Ferreira Neto
Ermida Nossa Senhora da Saúde ou São Marcos
Ermida de Nossa Senhora do Livramento - Luz de Tavira
Ermida de Santa Margarida
Ermida de São Roque ou de Nossa Senhora do Rosário (Largo do Cano)
Ermida de São Domingos (Sítio de São Domingos)
Igrejas e Capelas demolidas
Igreja de Nossa Senhora do Loreto - localizada no Jardim Municipal no sítio onde hoje se ergue o coreto.
Igreja de São João da Corredoura ou de São João Baptista localizava-se na Corredoura) demolida já no século XX ,década de setenta, depois de ter servido de Quartel aos Bombeiros Voluntários de Tavira
Ermida de Nossa Senhora do Espinheiro- Ficaria no Campo da Atalaia e teria sido derrubada para se construir o Convento de Santo António
Igreja das Bernardas ou de Nossa Senhora da Piedade - Rua das Freiras (actual rua Eduardo Souto Moura) Resta apenas o pórtico manuelino; no interior nada testemunha a existência da igreja
Capela de Nossa Senhora dos Aflitos ou do Bonfim - Bela Fria propriedade particular em ruínas
Capela de Santo António da Praça - Praça da República esta capela existia no edifício da Guarda Principal, derrubado no século XIX
IGREJA DE SANTA MARIA MAIOR MAIOR DO CASTELO
ou de
NOSSA SENHORA DOS MÁRTIRES em memória e honra dos sete cavaleiros mortos na reconquista da cidade 1242 pelo Comendador-Mor da Ordem de Santiago da Espada, Dom Paio Peres Correia
NOTA - É o único templo religioso de Tavira classificado como Monumento Nacional
Igreja matriz de Santa Maria Maior do Castelo.
Século XIII
Vestígios arquitectónicos góticos, manuelinos, barrocos e neoclássicos.
Monumento Nacional - Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910
Localização: Largo Dr. Jorge Correia, Tavira.
A tradição afirma que este templo terá sido construído sobre a antiga mesquita entre os séculos XIII e XIV, após a conquista de Tavira pela Ordem de Santiago (1242), facto indiciado quer pela sua localização, em plena colina genética, dentro das muralhas e diante a da antiga alcaçova; quer pela sua ligeira desorientação canónica (a nordeste), diferenciando-a da generalidade das igrejas medievais (voltadas a nascente), fruto da provável adaptação da estrutura da antiga mesquita.
Túmulo dos sete cavaleiros
(aqui jazemos ossos dos sete cavaleiros que falecerão
na tomada desta cidade aos mouros em 11 de Junho de 1242)
Na parede da capela-mor a pedra tumular dos sete cavaleiros martirizados durante a tomada da vila evoca a memória alusiva aos primórdios desta igreja, cuja administração coube à Ordem de Santiago até ao século XVI.
O templo que hoje conhecemos é o resultado de múltiplas intervenções ao longo dos séculos. Mantém-se a espacialidade gótica do templo, vinda do século XIII, mas foram numerosas as campanhas construtivas e decorativas que se sucederam no edifício, com destaque para o Manuelino, Barroco e Neoclássico.
Das campanhas góticas iniciais permanece o modelo arquitetónico tradicional de influência mendicante: corpo de três naves, com a central mais elevada, e quatro tramos; cabeceira e fachada principal tripartidas, denunciando a organização interna do espaço. Testemunham o período medieval as capelas colaterais da cabeceira e o pórtico principal. As primeiras são cobertas com abóbada de cruzaria de ogivas e iluminadas por janelas em arco quebrado.
Nervuras nave esquerda
As nervuras das abóbadas assentam em capitéis decorados com temas da flora regional. No exterior, o pórtico principal, com quatro arquivoltas em arco quebrado e respetivos capitéis vegetalistas, data de uma campanha de obras de finais do século XIV ou inícios do século XV.
Na nave lateral da igreja inscreve-se a capela do Senhor dos Passos, testemunho arquitetónico do período manuelino. Data dos anos vinte do século XVI, tendo sido patrocinada por Lançarote de Melo, comendador da Ordem de Santiago, que aí se fez sepultar, dando continuidade à intenção de se construírem capelas funerárias familiares em igrejas. Destaca-se pela dinâmica abóbada polinervada decorada com brasões associados à linhagem do encomendador. Realce, também, para a decoração dos arranques das nervuras da abóbada onde se encontram representados, de um lado, dragões afrontados, e do outro, um cinto com fivela, expressões do fantástico e do quotidiano, temas comuns da arte manuelina.
Bastante relevantes foram as campanhas artísticas barrocas e neoclássicas. Do primeiro período data a capela do Santíssimo, obra encomendada por Dona Isabel de Almada de Aragão em 1748, que apresenta as paredes forradas com painéis de azulejos azuis e brancos que evidenciam os temas da Última Ceia e do Lava-Pés. Pelo estilo, tratamento das figuras e cronologia estes painéis apontam para uma provável realização na oficina lisboeta de Bartolomeu Antunes e Nicolau de Freitas.
Santa Maria fachada do templo
A derradeira campanha artística decorre nos primeiros anos da década de 90 do século XVIII, já em pleno neoclassicismo, conferindo ao templo o aspecto geral que ainda hoje possui. Os danos causados pelo sismo de 1755 levam o enérgico e empreendedor bispo D. Francisco Gomes do Avelar, após décadas de ruína, a promover a reconstrução do templo, tendo recrutado para o efeito o arquitecto italiano Francisco Xavier Fabri. O principal mérito desta intervenção terá sido o de harmonizar a obra nova com as preexistências do antigo templo, em respeito pela sua antiguidade e expressiva memória. Exemplo desta atitude é a fachada principal, com a sua organização tripartida, mantendo o portal gótico inserido numa composição cenográfica mais vasta de sabor neoclássico, revelando a mente ilustrada do Bispo e o talento profissional de Fabri.
Igreja de Santiago - Tavira - Fachada principal
Igreja de Santiago
Século XIII (templo original)
Arquitectura muito simples
Localização: Rua D. Paio Peres Correia, Tavira.
Remonta à segunda metade do século XIII, já existindo em 1270, ano em que o rei D. Afonso III doa o padroado desta igreja ao Bispado de Silves.
É a matriz da paróquia de Santiago e considera-se que ocupou o lugar da antiga mesquita menor de Tavira.
A fachada principal apresenta um exuberante medalhão setecentista que exalta a figura do padroeiro São Tiago, representado como guerreiro, recordando a lenda da sua milagrosa aparição numa batalha travada durante a reconquista cristã.e evocativo do Comendador-Mor da Ordem de Santiago da Espada, Dom Paio Peres Correia, que tomou Tavira aos mouros em 1242 (1239 segundo outros)
O templo foi muito danificado pelo terramoto de 1755, tendo a sua reconstrução demorado vários anos devido à falta de meios da paróquia.
Possui ainda uma valiosa colecção de estátuas e pinturas, salientando-se a imagem de Nossa Senhora da Conceição (século XVIII), na capela-mor, cujo retábulo é em talha; é também em talha o retábulo da Capela das Almas.
Merecem especial referência a imagem de Nossa Senhora a Cândida, do século XVI, e a imagem da Sagrada Família, do século XVIII.
IGREJA DA MISERICÓRDIA
Igreja da Misericórdia
Século XVI (1541)
Vestígios arquitectónicos manuelinos, barrocos, rocóco
Arquitecto . André Pilart
Monumento de Interesse Público
Localização: Travessa da Fonte, Rua da Galeria,Tavira
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Decreto n.º 32 973, DG, I Série n.º 175, de 18-08-1943
Igreja da Misericórdia - Séc. XVI - Fachada Principal
Na Vila-a-dentro, junto a Porta D. Manuel I, a igreja edificada entre 1541 e 1551 é considerada a mais notável expressão renascentista do Algarve. É obra do mestre pedreiro André Pilarte, então residente em Tavira, que trabalhou na construção do Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa. As características renascentistas estão bem patentes na composição e decoração do pórtico principal, em arco de volta perfeita, decorado com motivos inspirados em gravados italianos, rematado por um admirável conjunto escultórico que integra a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, ao centro, ladeada pelas figuras de São Pedro e São Paulo e pelas armas do reino e da cidade.
Este edifício utiliza uma tipologia de três naves e quatro tramos formados por arcos moldurados assentes sobre colunas com capitéis renascentistas cuidadosamente ornamentados.
Em substituição do anterior retábulo quinhentista, pintado por Pedro da Campânia, encontramos do período barroco três magníficos retábulos: o da capela-mor e dois colaterais, datados de 1722. O retábulo principal é da autoria do mestre entalhador tavirense Manuel Abreu do Ó.
Igreja da Misericórdia - Tavira - Azulejos - Obras de Misericórdia - Séc. XVIII
Em 1754 foram abertas quatro janelas barrocas no corpo da igreja pelo distinto mestre Diogo Tavares de Ataíde, e em 1760 foram colocados 18 painéis de azulejos figurativos azuis e brancos, executados na oficina de um mestre lisboeta. Representam as 14 obras espirituais e corporais que norteiam a atividade da irmandade da Misericórdia e alguns Passos da Vida de Cristo. Constituem uma interessante manifestação do formulário Rococó, faltando hoje alguns trechos.
Igreja da Misericórdia - Tavira - Órgão
O EXTERIOR
Nicho de Nossa Senhora da Misericórdia Tavira
O pórtico é antecedido de pequena escadaria e amplo painel de figuras
Ao alto e ao centro o nicho de Nossa Senhora da Misericórdia ladeada pelas armas reais à direita e o velho escudo de armas da cidade à esquerda.
Duas pilastras quadrangulares encimadas por cornija suportam do lado direito a imagem de São Pedro e do lado esquerdo a de São Paulo.
Medalhões com bustos ornamentam as bases das pilastras e os vãos dos arcos.
Pode/se ainda admirar outros motivos decorativos como anforas , ta;as e elementos vegetais
A porta é em madeira
Telhado de duas águas levemente inclinado
CONVENTO ou CONFRARIA de NOSSA SENHORA DA AJUDA
IGREJA DE SÃO PAULO
Igreja de São Paulo - Tavira
Igreja de São Paulo
Século XVII (1606)
Vestígios arquitectónicos - renascença, barroco
Arquitecto .
Monumento de Interesse Público (?)
Localização: Praça Dr. António Padinha, Tavira.
Foi construída em 1606, reinado de Filipe II.
Herdou os bens do Convento de Nossa Senhora da Ajuda que desde o reinado de D. Afonso V se tinha instalado no sítio de Vale Formoso.
O convento de Nossa Senhora da Ajuda que tanbém para aqui viera foi demilido no século XIX
A fachada é precedida de uma galilé abobadada e no nicho central está colocada a imagem de Nossa Senhora da Ajuda, orago da igreja.
No fecho da abobada vê-se um medalhão circular em alvenaria com uma palmeira ao centro, à direita o escudo de Portugal sobre um leão deitado e à esquerda São Paulo, Eremita e um corvo, símbolos da Ordem de São Paulo.
Porta de madeira ricamente almofadada
Do lado direito a torre sineira
Interior de uma só nave e de planta ligeiramente cruciforme.
altares talhados em madeira negra
Antiga igreja conventual dos frades eremitas de São Paulo, erguida a partir de 1606 dentro dos valores do austero “estilo chão”.
Com a extinção das ordens religiosas em 1834, o convento e a cerca foram vendidos em hasta pública e a igreja entregue à confraria de Nossa Senhora da Ajuda e, posteriormente, à paróquia de Santa Maria.
Hoje sobrevive apenas a igreja, interessante manifestação arquitetónica da primeira metade do século XVII. Apresenta uma fachada desornamentada, que integra um nártex no piso térreo e um segundo piso marcado por três janelas e um nicho com a imagem em barro da padroeira. O interior apresenta uma planta de cruz latina, composta pelos volumes da capela-mor, transepto e nave única. Contém um interessante acervo de pintura, talha e imaginária religiosa dos séculos XVI, XVII e XVIII, em parte proveniente de outros templos da cidade e conventos extintos.
Destaca-se o retábulo de Nossa Senhora do Carmo, feito em 1730 pelo entalhador Gaspar Martins.
Convento de São Francisco
Igreja de São Francisco
Igreja de São Francisco - Século XIII - Tavira
Igreja de São Francisco (Antigo Convento de São Francisco)
Século XIII
Vestígios arquitectónicos - Gótico, barroco
Monumento de Interesse Público (')
Localização Praceta Zacarias Guerreiro, Tavira.
Situa-se nas proximidades das muralhas medievais.
A igreja, juntamente com as restantes divisões conventuais, era um dos mais proeminentes edifícios do Algarve medieval.
O convento fundado pelos Templários entre 1250 e 1330 passou depois para os franciscanos e foi assolado por diversas catástrofes, de que se salientam os terramotos (1722 e 1755), uma derrocada (1840) e um pavoroso incêndio (1881).
Actualmente é um edifício complexo, com várias intervenções ao longo da sua história. Conserva ainda interessantes vestígios medievais e um antigo cemitério.
A igreja tem hoje um traçado distinto do original, destacando-se a actual sacristia, com uma abóbada sexpartida por nervuras saídas de um único fecho e assentes em capitéis góticos com decoração vegetalista reflectindo a influência da arte da Batalha (séc. XV).
Este templo tem sofrido, ao longo dos tempos, inúmeras alterações.
É sem dúvida o templo de Tavira que mais alterações sofreu.
A primitiva planta era em cruz com a porta principal virada para o Jardim do Convento. Ainda hoje se podem admirar ali duas capelas góticas.
Em 1843 desabou o corpo primitivo da Igreja bem como a abóbada.
Na reconstrução a porta principal passou de poente para nascente ficando virada para o Quartel da Atalaia construído em 1795.
Em 1881 nova catástrofe.
Um raio atintgiu a Igreja provocando um grande incêndio, ardendo completamente o Altar-Mor.
Nova reconstrução.
A actual planta é desta época - século XIX.
A porta principal foi virada para o Largo Zacarias Guerreiro, mantendo-se a cúpula que anteriormente servia de cruzeiro na antiga planta. O Altar-Mor constroiu-se em frente onde anteriormente era o braço esquerdo do cruzeiro.
A igreja passa a apresentar duas cúpulas (esta arquitectura não é frequente) e a cúpula maior situa-se sobre a actual entrada e a outra no cruzeiro .
Igreja de São Francisco - Tavira - Capela de Nossa Senhora da Boa Morte
Na Capela de Nossa Senhora da Boa Morte (lado direita da entrada principal) encontra-se uma imagem com grande significado histórico - é Nossa Senhora Conceição - que acompanhou os tavirenses quando foram em socorro de Mazagão no cerco que os mouros fizeram àquela praça do Norte de África, no ano de 1562
A Capela do Santuário construída pelos irmãos da Ordem Terceira no início do Séc. XVIII há uma outra imagem preciosa - Nossa Senhora do Leite.
Nossa Senhora do Leite - Igreja São Francisco - Tavira
No jardim camarário anexo ao templo conservam-se duas capelas góticas que pertenceriam à igreja conventual, com cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas assente em capitéis decorados com motivos vegetalistas.
Convento de Nossa Senhora da Piedade ou Convento das Bernardas ou Mosteiro Cistersiense de Tavira
Localização: Campo da Atalaia
Século XVI
Actual Rua Arquitecto Eduardo Souto Moura (antiga Rua da Atalaia) e Rua dos Mártires da República, Tavira.
Vestígios arquitectónicos Góticos Manuelinos e Barrocos
Nota Classificação do monumento:
Procedimento caducado - sem protecção legal
Procedimento caducado nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, N.º 206 de 23-10-2009
Tavira da primeira metade de Quinhentos, do importante aumento populacional, do próspero comércio com o Norte de África e novas terras das “Descobertas”, viu fundar este convento em 1509, por iniciativa de D. Manuel I, em acção de graças pelo levantamento de um cerco mouro a Arzila.
Duas décadas volvidas, foi com a edificação praticamente concluída – dentro do formulário artístico do manuelino –, que a mesma foi entregue, por D. João III em 1528 ao Bispo do Algarve, D. Fernão Coutinho. Este prelado, por sua vez, cedeu-o a monjas da ordem de Cister, que aí se mantiveram até ao século XIX (1836).
Como edifício conventual foi o maior do Algarve e o único da ordem de Cister no Sul do país.
No século XVIII identificado como Real Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade da Cidade de Tavira Reino do Algarve
Em planta apresentava a forma de um duplo quadrado interrompido, com dois pisos, em que um dos lados, a Norte, correspondia à igreja. Salienta-se uma característica comum a outros conventos femininos e, particularmente, aos conventos da ordem de Cister: a sobriedade arquitectónica, com os exteriores muito depurados, como se duma fortaleza se tratasse.
Possuía dois claustros; um no piso térreo e outro no piso superior e este sem jardim, nem tanque nem sombra.
Na la oeste erguia-se uma bela igreja
Outra característica particular é a ausência de pórtico axial na igreja.
A porta pública das igrejas femininas situa-se, como no presente caso, na fachada lateral. Esta posição acontece em todo o universo português, constituindo uma marca distintiva da clausura feminina.
Justifica-a o decoro e a rígida disciplina claustral.
Os fiéis assim encaminhados na direção do altar, são obrigados a evitar o contacto visual com as monjas acomodadas no coro situado na retaguarda do templo.
Com a extinção das Ordens Religiosas, em 1834, (Decreto de 30 de Maio) as freiras dos conventos de Lagoa, Loulé e Faro foram reinstaladas (portaria de 27 de Abril) por ser o mais espaçoso e o maior do Algarve, o que veio a acontecer a 25 de Maio desse mesmo ano.
O Convento das Bernardas de Tavira foi encerrado definitivamente em 1861 com o falecimento da última freira tendo sido vendido em hasta pública em 1862
Ano de 1528 Primeira Abadessa e Abadessa perpetua - D. Branca Coutinha da Silva
Ano de 1683 - 31ª Abadessa - Madre Antonia de Alemcastre
Seis antigos conventos fazem com que a arquitectura conventual seja um dos domínios mais expressivos da herança artística de Tavira. Destes, o convento de Nossa Senhora da Piedade foi dos que pior resistiu às vicissitudes históricas que golpearam as instituições religiosas a partir do século XIX. Uma larga sucessão de calamidades, entre destruições parciais, desafetacção de propriedade, efeitos de sismos e outras causas, depauperaram significativamente as marcas mais visíveis do perfil monumental deste antigo convento, seguramente, o mais importante empreendimento arquitectónico lançado na região algarvia no século XVI.
Depois de extinto, em 1861, o convento de Nossa Senhora da Piedade foi vendido em hasta pública e convertido em fábrica de moagem em 1890, iniciando-se nessa altura um processo de gradual descaracterização do edifício.
A fábrica de moagem e massas a vapor encerra na década de 60 do séc. XX
Recentemente recebeu obras de adaptação a condomínio residencial privado. (projecto de 2008 concluído em 2012- Arquitecto Souto de Moura)
CONVENTO de NOSSA SENHORA da GRAÇA
Convento de Nossa Senhora da Graça (Monumento de Interesse Público)
Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público
Portaria n.º 434/2012, DR, 2.ª série, n.º 179, de 14-09-2012
Século XVI (1542, criada a Ordem Eremita de Santo Agostinho em Tavira) construção do Covneto demorou 20 anos peço que viveram no edifício da antiga judiaria sinagoga
https://run.unl.pt/bitstream/10362/18850/1/Arqueologia%20Conventual%20de%20Tavira%20-%20tese%20final%20%28%20corrigida%29.pdf
Ordem Eremítica de Santo Agostinho
Localização: Largo Dr. Jorge Correia, Tavira. Anteriormente Largo de Santa Maria
O Convento de Nossa Senhora da Graça, de Tavira é um dos edifícios mais importantes do centro histórico da cidade, pela sua implantação na colina genética, mas também pelo enorme impacto visual na paisagem, destacando-se bem acima da muralha. O edifício religioso veio ocupar uma zona relativamente periférica do primitivo recinto muralhado, onde até ao século XV se localizou a judiaria, precisamente a área oposta à Alcáçova e à principal porta da cidade.
Em 1497, no processo de expulsão dos Judeus que levou à fuga de uns e à conversão de outros, D. Manuel I ordenou a extinção das sinagogas e sua conversão em igrejas ou em edifícios para outros fins. Daqui resultou a desocupação do espaço onde mais tarde Frei Pedro de Vila Viçosa veio a fundar o convento, em 1542, o qual resulta da trasladação de um outro convento que teve vida efémera na praça africana de Azamor.
As obras, todavia, não se iniciaram antes de 1569, dado que os primeiros anos de vida da instituição foram fortemente marcados pela figura de Fr. Valentim da Luz, intelectual que assumia algumas posições protestantes, tendo acabado por ser acusado pela Inquisição e morto num auto de fé em Lisboa.
Dessa primeira construção pouco resta à excepção do claustro, que mantém a estrutura original, de planta quadrangular e realizado a partir de uma conceção renascentista algo erudita, pelo cuidado estilístico colocado na feitura de bases, colunas e capitéis toscanos. Também a igreja, edificada segundo princípios chãos, deve a sua estrutura atual ao primitivo templo da segunda metade do século XVI, embora tenha sido adulterada ao longo dos séculos.
As obras de construção do edifício conventual foram lentas, prolongando-se até ao século XVII. No século seguinte, temos muito poucas notícias acerca da sua história, mas parece certo que o convento entrou precocemente em decadência, uma vez que logo pelos meados do século XVIII é referido em estado ruinoso, muito particularmente o seu claustro.
A campanha barroca do edifício conventual iniciou-se em 1749, precisamente no claustro. Esta intervenção, contudo, respeitou a anterior traça renascentista do espaço, resumindo-se a copiar o modelo de suporte definido pela construção quinhentista.
Diferente foi o caso das alas conventuais, integralmente remodeladas numa grandiosa campanha realizada entre 1758 e 1778. Da responsabilidade do arquiteto algarvio Diogo Tavares, figura marcante da arquitetura do tempo barroco na província, e de Mestre Bento Correia, esta campanha encarregou-se de atualizar as dependências, destacando-se a escadaria monumental e a porta de acesso à hospedaria, com o seu tímpano interrompido por frontão triangular. A qualidade e amplitude desta obra encontram-se bem patentes na grandiosa fachada principal do convento, virada a Sul e organizada simetricamente. Definida a dois registos, possui duas poderosas torres retangulares nos limites, sendo os panos intermédios compostos por grandes janelões de molduração barroca.
A partir de 1839, com a extinção das ordens religiosas, o edifício ficou afeto ao Ministério da Guerra, que aqui instalou sucessivas unidades militares.
Em 2003 o conjunto foi adquirido pela Câmara Municipal de Tavira, e posteriormente cedido à ENATUR, que aí instalou uma Pousada. Esta obra possibilitou a intervenção arqueológica no espaço, processo que permitiu já a identificação de um bairro islâmico material do século XIII.
Em resultado das obras de requalificação e adaptação do convento a Pousada da Enatur foi efectuada uma vasta intervenção arqueológica, pela equipa de Arqueologia da Câmara Municipal de Tavira, que e iniciou na Primavera de 2002 e terminou no Verão de 2006
Fonte: IGESPAR
Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo (Monumento de Interesse Público)
Século XVIII
Localização: Largo do Carmo, Tavira.
A prosperidade da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de Tavira, fundada em inícios do século XVIII, traduziu-se na construção de um templo solene para promoção do ideal carmelita: alcançar a perfeição cristã, fomentando o bem da Igreja e a salvação das almas, com especial devoção e oração à Virgem do Carmo.
Também conhecida como Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, ou mais correctamente Igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, esta igreja começou a ser construída a meio do século XVIII, sensivelmente em 1747, quando a Ordem Terceira da Nossa Senhora do Carmo de Tavira prosperava e ordenou que se edificasse em pleno centro de Tavira uma igreja e um convento.
No que diz respeito à igreja, esta só viu o fim das suas obras no fim do mesmo século quando em 1792 (aproximadamente), ficou concluída a sua fachada. A razão de ser desta igreja seria assim promover os ideais das carmelitas desta Ordem que tinham como objectivo “alcançar a perfeição cristã, fomentando o bem da Igreja e a salvação das almas, com especial devoção e oração à Virgem do Carmo”.
Iniciado em 1747, o templo é um dos mais sumptuosos do Algarve.
Foi projectado perpendicularmente à igreja do convento dos frades carmelitas descalços, que também pela mesma época se encontrava em construção. Fora, aliás, a Ordem Terceira que anos antes solicitara aos responsáveis pelos carmelitas descalços da Província de Portugal a fundação de um convento em Tavira, tendo em vista construir em anexo o seu próprio templo.
Em resultado da união destas duas igrejas carmelitas, o acesso público ao templo dos terceiros é feito pelo lado Sul do transepto, a partir do Largo do Carmo, enquanto a porta situada na extremidade da nave comunicava com a igreja conventual.
A igreja da Ordem Terceira ficou concluída por volta de 1789, ano em que se efetuaram os últimos pagamentos ao mestre canteiro Manuel Sousa Barros. As obras do convento anexo, todavia, arrastaram-se durante muitos anos, não estando o mesmo concluído aquando da extinção das ordens religiosas em 1834. Deste modo, parte das suas instalações foram aproveitadas pelos irmãos terceiros para cemitério, enquanto outra parte foi vendida a particulares.
As generosas proporções desta igreja, que adoptou uma planta em forma de cruz latina, são complementadas com uma rica e exuberante ornamentação composta por retábulos, imaginária e pinturas, evocando as principais figuras da espiritualidade carmelita: N. Sr.ª do Carmo, St.º Elias, St.ª Teresa de Ávila, St.º Alberto, St.ª Efigénia.
Pelo seu sentido de totalidade e magnificência, tipicamente barrocos, é digna de realce a ornamentação da capela-mor, na qual se aplicam e conjugam várias disciplinas artísticas – talha, imaginária, pintura em perspetiva ilusionista do teto e pintura de cavalete nas paredes – para atrair e deslumbrar os fiéis.
Referência obrigatória ainda para o ciclo de retábulos desta igreja, já integrados no formulário rococó, com destaque para o retábulo-mor, elogiado como obra-prima da talha algarvia.
Igreja de São Pedro Gonçalves Telmo
ou
Igreja das Ondas
ou
Compromisso Marítimo
IGREJA DE SÃO JOSÉ
ou
IGREJA DO ESPÍRITO SANTO
(Monumento de Interesse Público)
Século XV
Vestígios arquitectónicos tardo.góticos, barroco,
Localização: Praça Zacarias Guerreiro, Tavira.
É classificada como monumento de interesse público a Igreja de São José do Hospital ou do Espírito Santo
Portaria 102 2014 - D.R., 2ª Série, nº 30 de 12 de Fevereiro
Este templo tem origem no século XV e pertencia ao antigo Hospital Real do Espírito Santo. Foi reconstruído a partir de 1752, simultaneamente com as instalações hospitalares, por deliberação de D. João V e sob a responsabilidade do mestre farense Diogo Tavares de Ataíde.
No interior a igreja apresenta como particularidade a sua nave octogonal de lados desiguais, conferindo um certo dinamismo barroco aos alçados do templo. Integra-se numa tipologia, rara no Algarve, que tem como modelo, entre outras, a igreja lisboeta do Menino Deus (1712).
O terramoto de 1755 provocou danos na igreja e hospital durante a reconstrução, tendo esta se arrastado até 1768.
Do primitivo templo medieval resta uma capela lateral, a qual é coberta por abóbada tardo-gótica - manuelina- onde surgem as armas de famílias nobres.
A igreja setecentista de São José, projectada em 1768 pelo mestre farense Diogo Tavares, constitui um exemplar raro no Algarve de igreja barroca de planta octogonal, seguindo a tipologia da igreja lisboeta do Menino de Deus. Para além desta particularidade, merecem destaque o portal rocaille, a capela tardo -medieval, com cantarias manuelinas, e o retábulo da capela -mor, com arquiteturas fingidas em trompe l’oeil, datado de 1805 e atribuído a artista algarvio.
No que respeita à ornamentação interior destaca-se o retábulo principal, um dos poucos exemplares de pintura em trompe l’oeil na região algarvia. Dos quatro retábulos colocados na nave da igreja, os dois colaterais são do período rococó e os restantes são neoclássicos. Nos nichos destes últimos estão duas imagens setecentistas de grandes dimensões, uma Nossa Senhora do Carmo e outra de Santa Teresa, ambas originárias do extinto convento do Carmo de Tavira.
Tem órgão mas de pouco merecimento
Convento de Nossa Senhora da Piedade ou Convento das Bernardas ou Mosteiro Cistersiense de Tavira
Localização: Campo da Atalaia
Século XVI
Actual Rua Arquitecto Eduardo Souto Moura (antiga Rua da Atalaia) e Rua dos Mártires da República, Tavira.
Vestígios arquitectónicos Góticos Manuelinos e Barrocos
Nota Classificação do monumento:
Procedimento caducado - sem protecção legal
Procedimento caducado nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, N.º 206 de 23-10-2009
Igreja das Bernardas - Tavira - Porta lateral da igreja manuelina (lado Norte)
Duas décadas volvidas, foi com a edificação praticamente concluída – dentro do formulário artístico do manuelino –, que a mesma foi entregue, por D. João III em 1528 ao Bispo do Algarve, D. Fernão Coutinho. Este prelado, por sua vez, cedeu-o a monjas da ordem de Cister, que aí se mantiveram até ao século XIX (1836).
Convento das Bernardas - Inicíos do séc. XX
Na foto são visíveis construções adossadas tanto na Rua da Atalaia com,o na rua dos Mártires da República (voltada para o campo da Atalaia
No século XVIII identificado como Real Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade da Cidade de Tavira Reino do Algarve
Em planta apresentava a forma de um duplo quadrado interrompido, com dois pisos, em que um dos lados, a Norte, correspondia à igreja. Salienta-se uma característica comum a outros conventos femininos e, particularmente, aos conventos da ordem de Cister: a sobriedade arquitectónica, com os exteriores muito depurados, como se duma fortaleza se tratasse.
Possuía dois claustros; um no piso térreo e outro no piso superior e este sem jardim, nem tanque nem sombra.
Na la oeste erguia-se uma bela igreja
Convento das Bernardas -Vista geral lado das salinas - Fábrica de moagem (séc XIX -XX) - JAPacheco
A porta pública das igrejas femininas situa-se, como no presente caso, na fachada lateral. Esta posição acontece em todo o universo português, constituindo uma marca distintiva da clausura feminina.
Justifica-a o decoro e a rígida disciplina claustral.
Os fiéis assim encaminhados na direção do altar, são obrigados a evitar o contacto visual com as monjas acomodadas no coro situado na retaguarda do templo.
Convento das Bernardas - Rua das Freiras - retirada das casas adossadas ao Convento
Portal manuelino ao centro
Convento das Bernardas - Portal Manuelino
O Convento das Bernardas de Tavira foi encerrado definitivamente em 1861 com o falecimento da última freira tendo sido vendido em hasta pública em 1862
Ano de 1528 Primeira Abadessa e Abadessa perpetua - D. Branca Coutinha da Silva
Ano de 1683 - 31ª Abadessa - Madre Antonia de Alemcastre
Seis antigos conventos fazem com que a arquitectura conventual seja um dos domínios mais expressivos da herança artística de Tavira. Destes, o convento de Nossa Senhora da Piedade foi dos que pior resistiu às vicissitudes históricas que golpearam as instituições religiosas a partir do século XIX. Uma larga sucessão de calamidades, entre destruições parciais, desafetacção de propriedade, efeitos de sismos e outras causas, depauperaram significativamente as marcas mais visíveis do perfil monumental deste antigo convento, seguramente, o mais importante empreendimento arquitectónico lançado na região algarvia no século XVI.
Depois de extinto, em 1861, o convento de Nossa Senhora da Piedade foi vendido em hasta pública e convertido em fábrica de moagem em 1890, iniciando-se nessa altura um processo de gradual descaracterização do edifício.
A fábrica de moagem e massas a vapor encerra na década de 60 do séc. XX
Condomínio privado do Convento das Bernardas - Reconstrução início sec. XXI -
Ex-Rua da Atalaia actual Rua Arquitecto Souto de Moura
ao centro portal manuelino da antiga igreja das Bernardas
Ex-Rua da Atalaia actual Rua Arquitecto Souto de Moura
ao centro portal manuelino da antiga igreja das Bernardas
Recentemente recebeu obras de adaptação a condomínio residencial privado. (projecto de 2008 concluído em 2012- Arquitecto Souto de Moura)
Condomínio privado do Convento das Bernardas - anteriormente era claustro -
CONVENTO de NOSSA SENHORA da GRAÇA
Convento de Nossa Senhora da Graça (Monumento de Interesse Público)
Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público
Portaria n.º 434/2012, DR, 2.ª série, n.º 179, de 14-09-2012
Século XVI (1542, criada a Ordem Eremita de Santo Agostinho em Tavira) construção do Covneto demorou 20 anos peço que viveram no edifício da antiga judiaria sinagoga
https://run.unl.pt/bitstream/10362/18850/1/Arqueologia%20Conventual%20de%20Tavira%20-%20tese%20final%20%28%20corrigida%29.pdf
Ordem Eremítica de Santo Agostinho
Localização: Largo Dr. Jorge Correia, Tavira. Anteriormente Largo de Santa Maria
Convento de Nossa Senhora da Graça - Alto de Santa Maria - Tavira
O Convento de Nossa Senhora da Graça, de Tavira é um dos edifícios mais importantes do centro histórico da cidade, pela sua implantação na colina genética, mas também pelo enorme impacto visual na paisagem, destacando-se bem acima da muralha. O edifício religioso veio ocupar uma zona relativamente periférica do primitivo recinto muralhado, onde até ao século XV se localizou a judiaria, precisamente a área oposta à Alcáçova e à principal porta da cidade.
Igreja do Convento da Graça
As obras, todavia, não se iniciaram antes de 1569, dado que os primeiros anos de vida da instituição foram fortemente marcados pela figura de Fr. Valentim da Luz, intelectual que assumia algumas posições protestantes, tendo acabado por ser acusado pela Inquisição e morto num auto de fé em Lisboa.
Dessa primeira construção pouco resta à excepção do claustro, que mantém a estrutura original, de planta quadrangular e realizado a partir de uma conceção renascentista algo erudita, pelo cuidado estilístico colocado na feitura de bases, colunas e capitéis toscanos. Também a igreja, edificada segundo princípios chãos, deve a sua estrutura atual ao primitivo templo da segunda metade do século XVI, embora tenha sido adulterada ao longo dos séculos.
Convento da Graça - Tavira - Vista posterior
As obras de construção do edifício conventual foram lentas, prolongando-se até ao século XVII. No século seguinte, temos muito poucas notícias acerca da sua história, mas parece certo que o convento entrou precocemente em decadência, uma vez que logo pelos meados do século XVIII é referido em estado ruinoso, muito particularmente o seu claustro.
Claustro do Convento da Graça depois de requalificado - 2012
A campanha barroca do edifício conventual iniciou-se em 1749, precisamente no claustro. Esta intervenção, contudo, respeitou a anterior traça renascentista do espaço, resumindo-se a copiar o modelo de suporte definido pela construção quinhentista.
Diferente foi o caso das alas conventuais, integralmente remodeladas numa grandiosa campanha realizada entre 1758 e 1778. Da responsabilidade do arquiteto algarvio Diogo Tavares, figura marcante da arquitetura do tempo barroco na província, e de Mestre Bento Correia, esta campanha encarregou-se de atualizar as dependências, destacando-se a escadaria monumental e a porta de acesso à hospedaria, com o seu tímpano interrompido por frontão triangular. A qualidade e amplitude desta obra encontram-se bem patentes na grandiosa fachada principal do convento, virada a Sul e organizada simetricamente. Definida a dois registos, possui duas poderosas torres retangulares nos limites, sendo os panos intermédios compostos por grandes janelões de molduração barroca.
A partir de 1839, com a extinção das ordens religiosas, o edifício ficou afeto ao Ministério da Guerra, que aqui instalou sucessivas unidades militares.
Em 2003 o conjunto foi adquirido pela Câmara Municipal de Tavira, e posteriormente cedido à ENATUR, que aí instalou uma Pousada. Esta obra possibilitou a intervenção arqueológica no espaço, processo que permitiu já a identificação de um bairro islâmico material do século XIII.
Em resultado das obras de requalificação e adaptação do convento a Pousada da Enatur foi efectuada uma vasta intervenção arqueológica, pela equipa de Arqueologia da Câmara Municipal de Tavira, que e iniciou na Primavera de 2002 e terminou no Verão de 2006
Fonte: IGESPAR
CONVENTO de NOSSA SENHORA do CARMO
IGREJA da ORDEM TERCEIRA de N. S. do CARMO
Igreja do Convento de Nossa Senhora do Carmo - Tavira
Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo (Monumento de Interesse Público)
Século XVIII
Localização: Largo do Carmo, Tavira.
Portaria n.º 722/2012, DR, 2.ª série, n.º 237, de 7-12-2012
(ver Portaria) Procedimento (indevidamente) prorrogado até 31-12-2011 pela Declaração de rectificação n.º 467/2011, DR, 2.ª série, n.º 39, de 24 de Fevereiro
Igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo . Tavira
A prosperidade da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de Tavira, fundada em inícios do século XVIII, traduziu-se na construção de um templo solene para promoção do ideal carmelita: alcançar a perfeição cristã, fomentando o bem da Igreja e a salvação das almas, com especial devoção e oração à Virgem do Carmo.
Convento da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo
Também conhecida como Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, ou mais correctamente Igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, esta igreja começou a ser construída a meio do século XVIII, sensivelmente em 1747, quando a Ordem Terceira da Nossa Senhora do Carmo de Tavira prosperava e ordenou que se edificasse em pleno centro de Tavira uma igreja e um convento.
Convento de Nossa Senhora do Carmo - Janelas e nicho da Igreja do Convento
No que diz respeito à igreja, esta só viu o fim das suas obras no fim do mesmo século quando em 1792 (aproximadamente), ficou concluída a sua fachada. A razão de ser desta igreja seria assim promover os ideais das carmelitas desta Ordem que tinham como objectivo “alcançar a perfeição cristã, fomentando o bem da Igreja e a salvação das almas, com especial devoção e oração à Virgem do Carmo”.
Órgão da Igreja do Carmo
Iniciado em 1747, o templo é um dos mais sumptuosos do Algarve.
Foi projectado perpendicularmente à igreja do convento dos frades carmelitas descalços, que também pela mesma época se encontrava em construção. Fora, aliás, a Ordem Terceira que anos antes solicitara aos responsáveis pelos carmelitas descalços da Província de Portugal a fundação de um convento em Tavira, tendo em vista construir em anexo o seu próprio templo.
Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo - Tavira - Altar Mor
Em resultado da união destas duas igrejas carmelitas, o acesso público ao templo dos terceiros é feito pelo lado Sul do transepto, a partir do Largo do Carmo, enquanto a porta situada na extremidade da nave comunicava com a igreja conventual.
A igreja da Ordem Terceira ficou concluída por volta de 1789, ano em que se efetuaram os últimos pagamentos ao mestre canteiro Manuel Sousa Barros. As obras do convento anexo, todavia, arrastaram-se durante muitos anos, não estando o mesmo concluído aquando da extinção das ordens religiosas em 1834. Deste modo, parte das suas instalações foram aproveitadas pelos irmãos terceiros para cemitério, enquanto outra parte foi vendida a particulares.
Igreja do Carmo - Tavira - Tecto do Altar Mor
Pelo seu sentido de totalidade e magnificência, tipicamente barrocos, é digna de realce a ornamentação da capela-mor, na qual se aplicam e conjugam várias disciplinas artísticas – talha, imaginária, pintura em perspetiva ilusionista do teto e pintura de cavalete nas paredes – para atrair e deslumbrar os fiéis.
Referência obrigatória ainda para o ciclo de retábulos desta igreja, já integrados no formulário rococó, com destaque para o retábulo-mor, elogiado como obra-prima da talha algarvia.
Igreja de São Pedro Gonçalves Telmo
ou
Igreja das Ondas
ou
Compromisso Marítimo
Localização: Rua D. Marcelino Franco - Corredoura, Tavira.
Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público
Portaria n.º 740-EN/2012, DR, 2.ª série, n.º 252 (suplemento), de 31-12-2012
Século XVI - Renascimento
Parte importante da camada popular de Tavira nos séculos XV e XVI era composta por pescadores e mareantes, os quais se agremiavam na Corporação do Corpo Santo, vulgarmente conhecida por Compromisso Marítimo. De carácter religioso, esta associação de solidariedade corporativa ou confraria zelava pela regulação e arbitragem de aspectos profissionais da classe e planeava a assistência na doença, velhice, invalidez e pobreza relativamente aos seus membros. Sabemos que a corporação de Tavira vem desde o século XV, tendo desde logo assumido empenhadamente a necessidade de edificar uma casa que refletisse, em justa medida, o prestígio e a relevância da classe dos pescadores e mareantes da cidade. Nada resta, praticamente, desse primitivo templo quatrocentista, o qual se renova pela riqueza e modernidade das propostas estéticas do Renascimento durante o segundo quartel do século XVI.
Sob o signo deste estilo e por deliberado estímulo mecenático da nobre família Menezes – Marqueses de Vila Real, Condes de Alcoutim e usufrutuários, por concessão régia, das rendas da portagem da alfândega de Tavira – promoveram-se importantes campanhas no edifício, as quais vieram atualizar as formas arquitetónicas e acervo artístico segundo critérios clássicos e italianizantes atribuíveis à provável intervenção do conhecido mestre André Pilarte. Destaca-se deste período o arco triunfal, ainda hoje visível, assinalando o formulário renascentista que se estendia, segundo os relatos da época, a outros elementos como o pórtico e retábulo principais.
O sismo de 1755 causou danos ao edifício, determinando o seu restauro e reconstrução parcial pela mão do célebre mestre-canteiro algarvio Diogo Tavares e Ataíde, nos termos ajustados em contrato entre este e a Confraria do Corpo Santo em 1756. Foi então restaurado o templo com manutenção da capela-mor, reconstrução das paredes da nave e atualização de linguagem no novo pórtico, agora com frontão triangular fechado, encimando as armas reais – sinónimo de proteção régia – envoltas num decorativismo rocaille.
Os danos infligidos pelos sismos, as intervenções de reparação do templo e as naturais mudanças de gosto artístico vieram a consumir grande parte das obras quinhentistas que ali subsistiam, fazendo com que o seu acervo decorativo se atualizasse, essencialmente, dentro dos moldes do barroco setecentista. Saliente-se neste capítulo a valiosa pintura de perspetiva ilusionística do teto da igreja, obra de hábil sabor cenográfico executada pelo tavirense Luís António Pereira em 1765 e uma das raras e mais importantes peças desta disciplina artística na província algarvia. Do restante património móvel e integrado deste templo assinale-se a importância de um conjunto de retábulos, pinturas e esculturas, das quais se destaca a imagem milagrosa de Nossa Senhora das Ondas (século XVII).
Estas e outras expressões iconográficas representadas nesta igreja, patenteadas nos seus retábulos, ajudam a desvendar as principais práticas devocionais que fundamentaram a espiritualidade dos marítimos tavirenses durante o Antigo Regime. De um modo geral, estão aqui presentes obras artísticas para apoio ao culto praticado num espaço habitado por mareantes: manifesta-se a vontade de proteção dos poderes sagrados contra um mar sinistro e acentua-se a veneração dos santos patronos dos viajantes, dos santos protetores dos caminhos e daqueles cujas vidas contavam como tinham dominado e ultrapassado as mesmas intempéries, ataques e naufrágios que tanto atemorizam os marinheiros – são disso exemplo as representações de Senhora das Ondas e de santos como São Pedro Gonçalves Telmo, São Pedro ou São Francisco de Paula, entre outros.
Depois de várias reformas estatutárias impostas pela Monarquia Constitucional ao longo do século XIX, este e outros Compromissos Marítimos foram extintos e substituídos pelas antigas Casas dos Pescadores, criadas pelo Estado Novo Corporativo (Lei n.º 1953 de 11 de Março de 1937).
A extinção das Casas dos Pescadores depois do 25 de Abril de 1974 determinou a passagem da igreja para a posse da Caixa de Previdência e Abono de Família dos Profissionais da Pesca e, posteriormente, em 1992, para o Centro Regional de Segurança Social do Algarve.
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Esta Igreja, popularmente chamada de Nossa Senhora das Ondas, e que fica situada no centro da Cidade no Largo da Corredoura, acaba de ser reaberta depois de um profundo restauro da iniciativa e responsabilidade da Câmara Municipal de Tavira. O templo foi erguido no sec. XVI seguindo as correntes do renascimento, tendo sido reconstruída em 1756 após o terramoto, salientando-se a grandeza do seu tecto de caixotão em madeira, pintado no estilo rococó por Luís Pereira. A Igreja foi sempre o templo de eleição dos mareantes e pescadores de Tavira organizados na Corporação do Corpo Santo também chamada de Compromisso Marítimo.
IGREJA DE SÃO JOSÉ
ou
IGREJA DO ESPÍRITO SANTO
(Monumento de Interesse Público)
Século XV
Vestígios arquitectónicos tardo.góticos, barroco,
Localização: Praça Zacarias Guerreiro, Tavira.
É classificada como monumento de interesse público a Igreja de São José do Hospital ou do Espírito Santo
Portaria 102 2014 - D.R., 2ª Série, nº 30 de 12 de Fevereiro
Este templo tem origem no século XV e pertencia ao antigo Hospital Real do Espírito Santo. Foi reconstruído a partir de 1752, simultaneamente com as instalações hospitalares, por deliberação de D. João V e sob a responsabilidade do mestre farense Diogo Tavares de Ataíde.
No interior a igreja apresenta como particularidade a sua nave octogonal de lados desiguais, conferindo um certo dinamismo barroco aos alçados do templo. Integra-se numa tipologia, rara no Algarve, que tem como modelo, entre outras, a igreja lisboeta do Menino Deus (1712).
O terramoto de 1755 provocou danos na igreja e hospital durante a reconstrução, tendo esta se arrastado até 1768.
Igreja de São José ou do Espírito Santo - reconstruida após o terramoto de 1755
Do primitivo templo medieval resta uma capela lateral, a qual é coberta por abóbada tardo-gótica - manuelina- onde surgem as armas de famílias nobres.
A igreja setecentista de São José, projectada em 1768 pelo mestre farense Diogo Tavares, constitui um exemplar raro no Algarve de igreja barroca de planta octogonal, seguindo a tipologia da igreja lisboeta do Menino de Deus. Para além desta particularidade, merecem destaque o portal rocaille, a capela tardo -medieval, com cantarias manuelinas, e o retábulo da capela -mor, com arquiteturas fingidas em trompe l’oeil, datado de 1805 e atribuído a artista algarvio.
No que respeita à ornamentação interior destaca-se o retábulo principal, um dos poucos exemplares de pintura em trompe l’oeil na região algarvia. Dos quatro retábulos colocados na nave da igreja, os dois colaterais são do período rococó e os restantes são neoclássicos. Nos nichos destes últimos estão duas imagens setecentistas de grandes dimensões, uma Nossa Senhora do Carmo e outra de Santa Teresa, ambas originárias do extinto convento do Carmo de Tavira.
Tem órgão mas de pouco merecimento
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